sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Together Forever - Capítulo 31

 - O que você faz aqui? - perguntei a ele.
 Justin se levantou do chão.
 - O que você faz aqui? - rebateu ele.
 - Como assim o que eu faço aqui?
 - Tá difícil de entender? - ele perguntou, a voz seca de ironismo. - Ou quer que eu desenhe?
 A raiva fervilhou dentro de mim, zumbiu nos meus ouvidos. Eu vou matá-lo, pensei. Eu vou matá-lo.
 - Olha aqui, seu... - comecei a falar, me aproximando dele, quando alguém me segurou por trás.
 - Que tal se a gente não matasse ninguém e começasse a estudar? - disse Chaz no meu ouvido.
 - Mas é claro que eu não vou estudar com ele! - gritei.
 - Ótimo! Vai embora então - disse Justin.
 - Já é! - virei-me para a porta.
 - Não! - Cindy segurou meus ombros. - Eu fiz isso pra te ajudar!
 - Então você sabia? - perguntei a ela.
 - Sim e não - respondeu ela. - Mas isso não importa agora. Ele está aqui e você também. E eu vou ajudar você!
 Depois de muita discussão, acabei ficando para estudar. Era só ignorar a presença irritante do outro lado da mesa. Acho que ele também ignoraria a minha presença.
 Mas o clima de estudo não foi bom. Justin e eu trocávamos olhares hostis e às vezes o silêncio era desconfortável. Quando ele explicava, não olhava para mim, apenas para Chaz, Cindy ou qualquer objeto inútil. Tudo bem, ele sabia explicar e sabia muito de história, e eu não iria desperdiçar a oportunidade de me dar bem na prova do dia seguinte. Mas, cá entre nós, eu torcia para que aquela tortura acabasse logo.
 E, quando acabou, quase comemorei. Sim, eu tinha aprendido bastante e sim, ele sabia mesmo ensinar, mas o clima de hostilidade que rolava entre nós era quase insuportável.
 - Eu preciso ir embora - falei para Cindy, recolhendo minhas coisas.
 - Ah, não vai, não! - disse Chaz ao meu lado.
 - Eu preciso ir - colocando a bolsa no meu ombro. - Meu pai tá me esperando.
 Justin parou ao meu lado.
 - Chaz, tô indo - disse ele, sem dirigir a palavra a mim. - Já tá tarde e minha mãe não me quer na rua até essa hora.
 - Justin e eu trocamos mais um olhar hostil.
 - Tchau Cindy! - abracei-a. - Obrigada pela ajuda. Tchau Chaz!
 Saí batendo a porta.
 Caminhei pela rua lenta e preguiçosamente. Ouvi passos atrás de mim. Preparei o grito, mas quando vi, era apenas Justin. Ele começou a caminhar em silêncio, ao meu lado. Eu também não disse nada. Logo o silêncio se tornou desconfortável.
 Estávamos chegando na nossa rua quando eu decidi acabar com o silêncio entre nós.
 - Então vai me ignorar pelo resto da vida? - perguntei.
 - Ah, claro que não! - ele respondeu.
 - E por que não?
 - Porque você é MUITO irritante! - berrou ele. - Principalmente depois daquela caninha na casa da sua amiga.
 - Idiota! - gritei de volta.
 Marchei a passos duros até a minha casa. Entrei batendo a porta com demasiada força.
 - Sam? É você? - perguntou meu pai.
 - Sou eu sim pai - respondi.
 - Aprendeu alguma coisa?
 - Sim, pai.
 - Certo.
 Dei boa noite e subi para o meu quarto. Depois de um dia como aquele, principalmente na parte da tarde, só mesmo um longo banho e uma boa noite de sono para esquecer aquilo, pelo menos momentaneamente.

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