segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Together Forever - Capítulo 36

 Passava um pouco das seis e meia da manhã quando acordei de mais um cochilo. Aquela havia sido a pior noite da minha vida. Eu não conseguia dormir direito. Sempre que eu conseguia, alguma coisa me acordava. Sem falar que o sofá era muito desconfortável. Enfim, uma péssima noite.
 Depois de ter visto meu pai, saí para caminhar pelo hospital. Eu não podia ficar ali sozinha. Eu só tinha 14 anos. Não podia lidar com tudo aquilo sozinha. Precisava de ajuda.
 Quando passei em frente à lanchonete do hospital, minha barriga roncou. Deus, fazia quanto tempo que eu não comia nada? Pedi um suco com um sanduíche. Simplesmente foi a melhor comida do mundo.
 Depois caminhei pelo hospital, pensando em quem poderia me ajudar. E o resultado não foi animador. Eu estava em outro país e não conhecia ninguém além dos meus amigos. Eu só conhecia gente no Brasil.
 Então uma ideia iluminou minha cabeça. Levantei do sofá procurando meu celular. Só havia uma pessoa que poderia me ajudar e eu tinha certeza que ela não negaria.
 Disquei o número. Ela demorou um pouco para atender.
 - Alô? - disse minha mãe sonolenta.
 - Mãe? - chamei. - Mãe!
 - Samantha? - ela acordou um pouco mais.
 - Sou eu mãe! - falei.
 - Filha, sabe que horas são? - ela não estava zangada. Estava apenas com sono.
 - Mãe, não ligaria para você se não fosse realmente importante.
 - Pelo seu tom é mesmo importante. Fale.
 E eu contei tudo a ela. Contei do infarto do meu pai e como eu o encontrei caído no chão. Contei sobre o seu estado e sobre as sequelas que poderia haver. Também contei que eu estava sozinha.
 - Ah, filha! E como você está? - perguntou ela, preocupada.
 - Eu não sei, mãe - falei esfregando a testa. - Sinceramente, eu não sei.
 - E não tem ninguém aí pra te ajudar? - perguntou.
 - Eu não conheço ninguém aqui. Estou sozinha agora - falei.
 - Bem, - disse ela pensativa - e se eu fosse para aí?
 - Claro! - disse eu, entusiasmada. - Era tudo que eu estava precisando.
 - Então eu chego aí o mais rápido que puder - disse minha mãe.
 - Ah, mãe! Obrigada mesmo! - falei. - Te amo muito!
 - Também te amo muito. - Minha mãe estava com a voz embargada de emoção. - Te vejo em breve. Tchau!
 - Tchau.
 Desliguei o celular e sentei. Já era meio caminho andado. Já podia ficar mais tranquila, se é que se pode ficar tranquila quando seu pai está num leito de hospital depois de sofrer um infarto e quase ter morrido.
 Decidi ir tomar um café na lanchonete do hospital.
 Então um pensamento inundou minha mente. Era Justin. Minha cabeça acordou como se tivesse levado um choque elétrico. Pra quê café quando se tem um menino lindo como Justin pra te acordar?, pensei.
 Menino lindo? Eu devia estar enlouquecendo. Como posso achá-lo lindo se eu o odeio? Além do mais ele nunca iria me achar linda, já que ele me odeia também. Onde eu estava com a cabeça?
 Pedi meu café e sentei em uma das mesas.
 Bem, ele era mesmo lindo, mas não que eu fosse admitir isso para alguém.
 Fiquei na lanchonete sorrindo como uma boba e encarando meu café.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Together Forever - Capítulo 35

Samantha


 Abri meus olhos numa sala branca. Com certeza não era o meu quarto. Minha cabeça estava em cima de alguma coisa dura e o meu pescoço doía. Havia um cobertor em cima de mim. Fui levantando devagar e descobri porque meu pescoço estava doendo. Estava deitada no braço de um sofá.
 Sentei no sofá e esfreguei meu pescoço. Olhei o relógio que estava na parede. Passava um pouco da meia-noite. Horas sem notícias. Eu havia passado horas sem notícias do meu pai. Chorei e dormi sem nenhuma notícia dele.
 Foi então que eu me toquei do que tinha acontecido.
 Ele estava comigo. Ele veio até o hospital, me confortou quando eu estava chorando e me cobriu quando eu dormi no seu colo. Meu coração martelou no meu peito. Um sorriso estúpido se formou no meu rosto. Ele veio atrás de mim, cantarolou meu pensamento. Ele veio atrás de mim, ele veio atrás de mim, ele veio atrás de mim!
 Uma mão tocou meu ombro.
 - Você é Samantha Williams? - perguntou uma enfermeira.
 - Sou eu sim. - O sorriso sumiu do meu rosto.
 - O dr. Dare quer conversar com você - disse a mulher. - Me acompanhe, por favor.
 Levantei da minha cama improvisada e comecei a segui-la pelos corredores do hospital. Enquanto tentava me concentrar nos meus passos, meu subconsciente fazia perguntas idiotas como "será que ele vem me ver hoje de novo?" ou, "será que ele está pensando em mim agora?" ou, pior ainda, "será que ele está com saudades de mim?". Cale a boca, ralhei. É obvio que ele não está pensando em você agora, então cale a boca e pense no meu importante agora. 
 Aquela guerra mental era mais bizarra que anjos do bem e diabinhos do mal que ficam tentando as pessoas nos desenhos animados.
 A enfermeira parou e eu quase esbarrei nela. No balcão à nossa frente havia um homem alto e moreno com um jaleco branco escrevendo num papel.
 - Dr. Dare - começou a mulher, - aqui está ela.
 - Obrigada, Sue - disse ele.
 A enfermeira assentiu e saiu. O médico passou a me encarar.
 - Bem, vou direto ao ponto - disse o homem. - Nós conseguimos reanimal seu pai.
 Sorri. Ele iria ficar bem.
 - Mas... - ele falou.
 O sorriso desapareceu.
 - Mas o quê? - perguntei.
 - Mas ele passou muito tempo sem circulação de sangue em algumas partes do corpo, principalmente no cérebro - disse o dr. Dare. - Ele ainda não acordou, então não podemos ver a extensão dos danos.
 Senti as lágrimas vindo.
 - Que tipo de danos? - perguntei num sussurro.
 - Bem, isso só ele nos dirá. - Concluiu o médico. - Mas ele precisa ficar em monitoramento o dia inteiro.
 - Eu posso vê-lo? - perguntei.
 - Claro - disse o homem. - Me acompanhe.
 Andamos por mais alguns corredores e paramos na porta do quarto 101. A essa altura meu cérebro já estava entorpecido.
 Abri a porta e o vi. Meu pai estava deitado em uma cama no meio do quarto. Vários aparelhos estavam conectados ao seu peito, inclusive aquele que fazia o bip irritante. Ele respirava profundamente e seu rosto estava sereno.
 Me aproximei da cama e peguei sua mão.
 - Oi, papai - sussurrei.
 Então todas as lágrimas que eu segurava caíram.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Together Forever - Capítulo 34

 Justin

 Eu estava caminhando ao lado de Chaz e Ryan enquanto eles faziam uma lista de reclamações sobre a prova de história. Eles reclamavam como meninas. Meninas chatas, na verdade, mas sendo eu um grande amigo deles, aguentei até chegar em casa.
 E quando cheguei vi uma ambulância parada na porta da casa ao lado. Será que Samantha sofreu algum acidente?, pensei. O pensamento me fez estancar, fazendo Chaz e Ryan esbarrarem em mim.
 Mas eu vi Sam sendo guiada pelo paramédico. Aparentemente estava tudo bem com ela. A maca veio logo atrás. O sr. Williams estava deitado nela e parecia mortalmente pálido. Mais dois paramédicos tentavam reanimá-lo.
 A maca e os paramédicos entraram no carro, seguidos por Samantha, que parecia estar em estado de choque. As portas se fecharam e o carro partiu a toda velocidade, desaparecendo enquanto virava a esquina.
 - O que será que aconteceu? - indagou Ryan.
 - Eu não sei - respondi. - Mas não parece ser nada bom.
 Minha mãe estava parada à porta, observando o movimento se dissipando na rua. Me aproximei dela.
 - O que aconteceu, mãe? - perguntei.
 - Não sei muito bem, filho, mas parece que o sr. Williams teve um infarto - respondeu ela.
 - Caramba! - exclamei.
 - Pois é - ponderou. - Fico com pena da filha dele, a Samantha. A mãe dela está no Brasil e ela mora sozinha com o pai. Acho que ela está sozinha nessa.
 Ela deve estar sozinha mesmo, pensei. Sozinha e muito triste.
 Então uma ideia surgiu na minha cabeça.
 - Mãe, eu posso ir no hospital? - perguntei.
 - Claro! - ela respondeu. - Mas volte logo.
 - Então eu vou.
 Entreguei minha mochila a ela e voltei para onde Chaz e Ryan estavam.
 - Vou ao hospital. Querem vir comigo? - falei.
 - Não posso - respondeu Chaz. - Minha mãe quer que eu volte cedo pra casa.
 - Nem eu - concordo Ryan. - Mas traz notícias pra gente, ok?
 - Certo - respondi.
 Comecei a caminhar até o hospital. Durante todo o percurso não tirei Sam da cabeça. Tudo o que eu queria saber era se ela estava bem. Na verdade, eu sabia que não estava bem. Era impossível se sentir bem depois de saber que sei pai sofreu um infarto. Mas eu queria apoiá-la, estar com ela nesse momento difícil.
 Entrei no hospital e comecei a procurá-la. Fui do saguão principal até a emergência e não consegui encontrá-la. Mas quando eu estava passando pelo berçário, vi uma forma pequena sentada no chão com as pernas recolhidas e a cabeça abaixada. Ela soluçava de tanto chorar.
 - Hey! - sentei-me ao seu lado.
 Ela levantou a cabeça. Lágrimas molhavam o seu rosto. Os olhos estavam vermelhos. Ela não parecia nada bem. De repente ela recomeçou a soluçar.
 - Não fique assim - abracei-a.
 O abraço não foi negado. Ela deitou a cabeça no meu colo e chorou cada vez mais alto enquanto uma enxurrada de lágrimas ensopava minha calça. Mas eu não me importava com os detalhes. Tudo o que eu queria era confortá-la.
 Ela sussurrava várias coisas, algumas que eu nem chegava a entender. Mas ela foi se aquietando, os soluços parando. Até que eu só sentia um leve respirar. Ela estava dormindo.
 Eu me levantei. Peguei-a no colo e a coloquei num sofá que lá havia. Uma enfermeira trouxe um cobertor e eu a cobri. Depois eu apenas a observei no seu sono tranquilo.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Together Forever - Capítulo 33

 Eu quando eu abri a porta vi a pior cena da minha vida. Meu chão desabou. Minha cabeça girou. Tudo o que eu queria era correr e chorar.
 Havia café espalhado por todo o chão e pedaços do que já foi uma xícara. Alguns objetos que estavam em cima da cômoda estavam espalhados pelo chão junto com o café. Mas o pior não era o caos. O pior era ver o meu pai deitado no chão com os olhos fechados e a mão no ombro esquerdo.
 - Pai! - gritei.
 Ajoelhei-me ao seu lado e peguei seu pulso. Não havia pulsação. Corri até o telefone e liguei para o 911. Uma voz angelical atendeu à ligação.
 - 911, em que posso ajudar? - perguntou a voz.
 - Me-meu pai caiu no chão - gaguejei. A essa altura o inglês fugia da minha cabeça. - Acho que sofreu um ataque cardíaco. Não sei o que fazer!
 - O serviço de emergência já está a caminho! - disse a voz, que eu percebi ser de uma mulher. - Mas enquanto não chega, preciso que você faça algumas coisas pra mim, tudo bem?
 - Certo - falei. Eu estava à beira de uma crise de choro.
 A moça me falava as instruções e eu as seguia. Em dois minutos a ambulância chegou. Um paramédico tomou o meu lugar fazendo massagem cardíaca no meu pai enquanto um outro preparava um aparelho estranho. É um desfribilador, disse uma vozinha na minha cabeça. Acho que era parte do meu cérebro que ainda estava lúcida.
 - Você é a filha dele? - perguntou um terceiro paramédico.
 Apenas assenti.
 - Vamos levá-lo ao hospital. Há mais algum adulto responsável por aqui?
 - Não - sussurrei.
 - Então você terá que nos acompanhar. Vamos.
 Meu pai estava sendo colocado na maca. O paramédico me guiou até a ambulância estacionada na frente da casa. A maca com o meu pai entrou dentro do carro, com um paramédico ainda fazendo massagem cardíaca nele. Eu entrei depois e as portas se fecharam. O carro começou a andar.
 Uma máscara de oxigênio foi colocada no meu pai. O desfribilador foi encostado no seu peito. Eu queria chorar, mas não conseguia.
 A ambulância parou na emergência. Eu desci e depois a maca. Entramos no hospital e corremos. Mas quando chegamos em um ponto, eu não pude passar. Um médico segurou meus ombros. A maca desapareceu atrás de duas portas brancas.
 - A senhorita não pode passar daqui - disse o médico num tom gentil.
 - Por quê? - Minha voz mal passava de um sussurro.
 - Essa ala é apenas para pacientes e médicos - ele continuava gentil. - Eu sou o dr. Dare. Garanto que seu pai vai ficar bem. Por que não toma um café enquanto espera?
 Pedir para uma pessoa no meu estado tomar um café e esperar era o mesmo que explicar as cores para um cego, nunca daria certo. Mas mesmo assim eu saí dali.
 Comecei a caminhar pelo hospital. O lugar estava agitado, principalmente na emergência. Eu precisava de um lugar calmo para pensar. Pensar no que eu ia fazer da minha vida.
 Eu encontrei um corredor. Estava silencioso lá. Havia uma porta no fim do corredor e um vidro na parede lateral. Era o berçário.
 Atrás do vidro havia vários bebês e uma enfermeira. Alguns bebês dormiam.
 Encostei minhas costas no vidro e escorreguei pela parede até chegar ao chão. Abracei minhas pernas e encostei a cabeça nos joelhos. Se seu pai morre você pode voltar ao Brasil, disse a vozinha irritante na minha cabeça.
 Então eu chorei. Todo o choro acumulado vazou. Fechei os olhos e simplesmente chorei.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Together Forever - Capítulo 32

 Acordar de manhã não foi uma boa. Meu nariz estava entupido e escorrendo e minha cabeça parecia que ia explodir. Que belo jeito de começar o dia, pensei. Lá fora, a neblina tomava conta de tudo. Dia frio para uma garota quente. Seria ótimo.
 Coloquei roupas mais quentes. Desci as escadas para a cozinha para comer o meu cereal e tomei um susto. Meu pai estava na cozinha fritando ovos.
 - Ai, meu Deus do céu! - Quase caí para trás. - Que susto, meu Deus. O que você está fazendo aqui? - perguntei.
 - O trabalho me deu uma folga - respondeu.
 - Ah, tá!
 Sentei na bancada e comi meu cereal. Observei meu pai enquanto comia. Ele parecia pálido e sem equilíbrio.
 - Pai, você está bem? - perguntei.
 - Claro que sim! - respondeu entusiasmado.
 - Tem certeza? Eu posso ficar com hoje com você se quiser...
 - Não! Não precisa de preocupar. Vá para a escola filha.
 - Certo.
 Peguei minha mochila e fui para a escola.
 No meio do caminho, recebi uma ligação da minha mãe.
 - Mãe? - perguntei.
 - Sam? Ah, filha! Que saudades! Como está aí? - ela parecia feliz como uma criança que acaba de ganhar um doce.
 - Aqui está muito bom... - e, ao contrário da minha mãe, não havia entusiasmo na minha voz.
 - Pode falar a verdade pra mim, filha.
 Suspirei. Não havia porque mentir para a minha mãe. Comecei a contar tudo o que estava acontecendo na minha vida, parando a cada ponto e fazendo uma lista com pelo menos 20 itens de reclamações.
 Não contei a ela sobre Justin e nossos problemas de convivência. Tudo o que eu menos queria (e precisava) era os conselhos da minha mãe.
 - Mas você precisa ficar. É para o seu bem - disse minha mãe.
 - Eu entendo, mas não concordo - falei.
 - Mas você precisa ficar - repetiu ela, - pelo seu pai.
 Eu já estava chegando na escola. Chaz, Ryan e Cindy me cercaram.
 - Tudo bem - falei. - Mas eu quero voltar para casa. E rápido.
 - Prometo a você que você vai voltar logo - disse minha mãe. - Tchau.
 - Tchau. - Sorri. Pelo menos eu ia embora logo.
 Guardei o celular e levantei a cabeça. Três pares de olhos me encaravam confusos. Bem, tava na cara que eles não sabiam falar portugês.
 - Eu tava falando com a minha mãe. Apenas ignorem - falei sacudindo a mão.
 - OK - disse Cindy. - Pronta para a prova?
 - Sim - sorri. Eu estava mesmo pronta.
 - Então é melhor você correr, já vai tocar - disse Chaz.
 Ryan agarrou minha mão e começou a me rebocar até a sala de aula.
 Quando sentei na minha cadeira a professora entrou na sala de aula. A prova chegou nas minhas mãos e eu estava tremendo. Basta ter calma, pensei. Basta respirar e se acalmar.
 Mas no fim tudo deu certo. Consegui fazer uma boa prova, mesmo estando nervosa.
 Depois da prova, o dia passou voando. Eu queria correr para casa e contar para o meu pai que eu tinha ido bem na prova. Eu também queria agradecer a Justin pelo que ele fez, mas não o tinha visto durante o dia inteiro.
 Quase corri para casa.
 - Pai! - gritei quando cheguei.
 Mas não houve resposta. Ele deve estar no quarto, pensei. A porta estava entreaberta.
 - Pai - falei.
 E quando eu abri a porta...
 

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Together Forever - Capítulo 31

 - O que você faz aqui? - perguntei a ele.
 Justin se levantou do chão.
 - O que você faz aqui? - rebateu ele.
 - Como assim o que eu faço aqui?
 - Tá difícil de entender? - ele perguntou, a voz seca de ironismo. - Ou quer que eu desenhe?
 A raiva fervilhou dentro de mim, zumbiu nos meus ouvidos. Eu vou matá-lo, pensei. Eu vou matá-lo.
 - Olha aqui, seu... - comecei a falar, me aproximando dele, quando alguém me segurou por trás.
 - Que tal se a gente não matasse ninguém e começasse a estudar? - disse Chaz no meu ouvido.
 - Mas é claro que eu não vou estudar com ele! - gritei.
 - Ótimo! Vai embora então - disse Justin.
 - Já é! - virei-me para a porta.
 - Não! - Cindy segurou meus ombros. - Eu fiz isso pra te ajudar!
 - Então você sabia? - perguntei a ela.
 - Sim e não - respondeu ela. - Mas isso não importa agora. Ele está aqui e você também. E eu vou ajudar você!
 Depois de muita discussão, acabei ficando para estudar. Era só ignorar a presença irritante do outro lado da mesa. Acho que ele também ignoraria a minha presença.
 Mas o clima de estudo não foi bom. Justin e eu trocávamos olhares hostis e às vezes o silêncio era desconfortável. Quando ele explicava, não olhava para mim, apenas para Chaz, Cindy ou qualquer objeto inútil. Tudo bem, ele sabia explicar e sabia muito de história, e eu não iria desperdiçar a oportunidade de me dar bem na prova do dia seguinte. Mas, cá entre nós, eu torcia para que aquela tortura acabasse logo.
 E, quando acabou, quase comemorei. Sim, eu tinha aprendido bastante e sim, ele sabia mesmo ensinar, mas o clima de hostilidade que rolava entre nós era quase insuportável.
 - Eu preciso ir embora - falei para Cindy, recolhendo minhas coisas.
 - Ah, não vai, não! - disse Chaz ao meu lado.
 - Eu preciso ir - colocando a bolsa no meu ombro. - Meu pai tá me esperando.
 Justin parou ao meu lado.
 - Chaz, tô indo - disse ele, sem dirigir a palavra a mim. - Já tá tarde e minha mãe não me quer na rua até essa hora.
 - Justin e eu trocamos mais um olhar hostil.
 - Tchau Cindy! - abracei-a. - Obrigada pela ajuda. Tchau Chaz!
 Saí batendo a porta.
 Caminhei pela rua lenta e preguiçosamente. Ouvi passos atrás de mim. Preparei o grito, mas quando vi, era apenas Justin. Ele começou a caminhar em silêncio, ao meu lado. Eu também não disse nada. Logo o silêncio se tornou desconfortável.
 Estávamos chegando na nossa rua quando eu decidi acabar com o silêncio entre nós.
 - Então vai me ignorar pelo resto da vida? - perguntei.
 - Ah, claro que não! - ele respondeu.
 - E por que não?
 - Porque você é MUITO irritante! - berrou ele. - Principalmente depois daquela caninha na casa da sua amiga.
 - Idiota! - gritei de volta.
 Marchei a passos duros até a minha casa. Entrei batendo a porta com demasiada força.
 - Sam? É você? - perguntou meu pai.
 - Sou eu sim pai - respondi.
 - Aprendeu alguma coisa?
 - Sim, pai.
 - Certo.
 Dei boa noite e subi para o meu quarto. Depois de um dia como aquele, principalmente na parte da tarde, só mesmo um longo banho e uma boa noite de sono para esquecer aquilo, pelo menos momentaneamente.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Together Forever - Capítulo 30

 Minha cabeça girava quando acordei de manhã. Quase caí no chão quando levantei da cama. Recuperei o equilíbrio com dificuldade. Depois me arrastei até o chuveiro. Hoje o dia prometia ser bem longo.
 Enquanto comia meu cereal, fiquei pensando no sonho que tive na noite passada. Sonhei que alguém tocava meu rosto com carinho. Acordei assustada pensando que a minha mãe precisava de alguma coisa. Que bobagem a minha, pensei. Minha mãe está a quilômetros de distância daqui.
 Chaz e Ryan não vieram me buscar em casa naquele dia, então a caminhada foi solitária. Eles eram legais, mas era um pouco chato ser assediada a cada minuto pelos dois.
 Pensar no sonho da noite passada me levou imediatamente a pensar no sonho que eu não tinha há muito tempo. O sonho com o garoto. Havia algo no toque e na voz dele que me era tão familiar, mas eu não conseguia me lembrar de onde.
 Fui tirada do meu devaneio por Cindy gritando comigo.
 - Sam! Eu preciso falar com você!
 - Ei! Calma! - falei quando ela quase esbarrou em mim.
 Cindy parou, colocou as mãos nos joelhos e respirou um pouco. Depois levantou a cabeça e me encarou.
 - Eu tenho a solução para o seu problema sobre a prova de amanhã de história, mas você precisa concordar, e ele também, e eu não sei se você concorda, porque vocês não se dão bem, e eu não sei se ele aceita, mas se ele aceitasse seria tão bom, e eu deixaria você usar a minha casa, porque eu sei que sei pai não deixaria e eu quero que você se dê bem na prova e...
 - Cindy! - cortei o que ela falava. - Que diabo você tá falando?
 - Amanhã tem o teste de história e você não sabe nada, mas eu sei de uma pessoa que pode te ajudar.
 - E quem seria essa pessoa?
 Nesse momento Chaz, Ryan e Justin chegaram na escola. Cindy gesticulou com a cabeça para Justin. Claro! O sabe-tudo tinha que estar metido no meio.
 - Claro que não! - berrei.
 - Por que não? Ele sabe história e você não!
 - Porque eu o odeio e ele me odeia. Quais são as chances disso dar certo?
 - Se os dois quiserem vai dar certo!
 - Mas eu não quero!
 Saí andando a passos duros. Será que ninguém me entendia nesse inferno gelado?
 O sinal tocou e eu fui para a aula.
 No meio da aula meu celular começou a vibrar no meu bolso. Peguei o aparelho para ver quem me ligava. O número no visor era da minha mãe. Felizmente eu tinha colocado o celular no silencioso. Infelizmente a professora conseguiu ver o aparelho na minha mão e o tomou, só devolvendo no final da aula.
 Na hora do almoço Cindy veio falar comigo. Ela tinha cara de culpada.
 - Tudo bem! - disse ela. - Eu me precipitei! Você o odeia, ele te odeia e vocês de odeiam! Eu só queria ajudar.
 Sorri para ela.
 - Eu sei que você só queria ajudar, mas ele nunca daria certo.
 - Mas se você ainda quiser ir à noite na minha casa para estudar comigo...
 Olhei para a sua carinha de cachorro pidão.
 - Eu vou.
 Ela sorriu imediatamente.
 - Ah! Valeu! - ela me deu uma abraço apertado.
 - Depois da escola eu vou lá.
 - Tá bom!
 Quando a aula terminou fui para a casa. Tomei banho, troquei de roupa e escrevi um bilhetinho para o meu pai dizendo onde eu estaria.
 Caminhei até a casa de Cindy e toquei a campainha. Ela disse para mim entrar. Quando entrei, vi um garoto sentado no chão, na mesa de centro. Era Justin.
 - O que você faz aqui? - perguntei a ele.

domingo, 13 de novembro de 2011

Together Forever (nome que ganhou pela votação) - Capítulo 29

 Quando nosso abraço acabou, eu levantei do banco.
 Eu: Pode ir me deixar com meu pai? Ele está me esperando para o almoço.
 Justin: Claro.

 Ele não disse nenhuma palavra. Parecia ansioso demais para sair de perto de mim. Andamos em uma proximidade segura. Nada muito perto, para nos tocarmos, e nem muito longe, para parecer que ele estava me seguindo. Justin me deixou na porte do restaurante e antes que eu pudesse agradecer ele se virou e saiu apressadamente. Como eu disse, ansioso demais para sair de perto de mim.
 Caminhei até a mesa em que meu pai estava. Ele parecia preocupado.
 - Onde você estava filha? - perguntou.
 - No banheiro. Desculpa se eu demorei - respondi sem entusiasmo.
 - Já pedi nossa comida. Espero que goste de Zuccotto - disse papai. - É uma comida típica daqui.
 O almoço foi monótono. Meu pai começou a fazer perguntas sobre minha mãe, meu amigos e o que eu estava achando de morar no Canadá. É claro que eu não ia dizer que estava sendo uma porcaria, até porque eu recebi educação. Mas, mesmo com todas as perguntas feitas pelo meu pai, acabei por pensar nele.


Justin
 Justin entrou em casa como uma bala, indo direto para o quarto e ignorando as perguntas da mãe. Precisava se concentrar em outra coisa. Em qualquer outra coisa.
 - Justin! O que aconteceu? - perguntou Pattie, mãe de Justin.
 - Não aconteceu nada - respondeu ele, rispidamente. - Só tive alguns problemas.
 - Tudo bem...
 Mas o que há de errado comigo?, pensou Justin, quase correndo para casa. Eu simplesmente imaginei alguém seguindo a garota. Eu to ficando maluco.
 Justin se punia por ter tirado a garota do restaurante por simplesmente imaginar que alguém a seguia. Isso era trabalho para Chaz e Ryan que estavam caidinhos por ela. Não para ele, que não precisava de namorada.
 Mas ela era linda. O cabelo castanho caindo em ondas delicadas até o meio das costas, os olhos castanhos cor de mel, os nariz em sintonia perfeita com os olhos e aboca, ah!, a boca. A boca parecia pétalas de uma rosa. Como se tivessem arrancado duas pétalas de rosas e colocado no rosto com a pele cremosa e suave.
 Ela havia chegado na cidade já fazendo confusão com ele. Havia deixado a cortina da janela aberta e ele acabou por vê-la trocar de roupa. Ela havia virado uma fera, mas o abraçou mesmo assim. Ela com certeza era uma pessoa estranha. 
 Já estava ficando tarde. Houve um movimento na casa ao lado. Um farfalhar nas cortinas e a luz acendeu. Justin foi até a janela. A casa já estava se preparando para dormir. As luzes estavam sendo apagadas. A única que ainda estava acesa era do quarto dela. Mais alguns minutos e a luz se apagou, tudo ficando em silencio. 
 Ele se jogou na cama e ficou lá por alguns instantes.
 Uma ideia se formou em sua cabeça.
 Justin olhou no relógio em cima da mesa. Passava das onze da noite. Ela tinha chegado tarde em casa.
 Ele pegou o casaco e saiu do quarto, descendo as escadas silenciosamente. Abriu a porta e saiu para a noite. Atravessou o jardim e parou na base da árvore. Sim, ele estava mesmo fazendo isso. Subiu na árvore  como um gato. Ele estava na frente da janela dela. Pisou no telhado e caminhou vagarosamente até a janela. Cuidadosamente ele abriu a janela, e, com um pulo, entrou no quarto.
 No centro do quarto, em uma cama, estava deitada uma forma coberta por lençóis. Hesitante, ele caminhou até lá. Encostado em um travesseiro estava o rosto mais lindo que ele já vira em toda a sua vida. E a boca, a linda boca, como duas pétalas de rosa. Ele se ajoelhou ao lado da cama. Ela dormia um sono profundo. Mais uma vez hesitante, ele tocou o rosto de formas perfeitas. Sentiu a pele macia sob os dedos. O cabelo estava esparramado pelo travesseiro e cheirava a limão. Justin pegou uma mecha entre os dedos. Eram macios e bem cuidados.
 Mas ela se mexeu de repente. Ela não pode nem sonhar que eu estive aqui, pensou, esquadrinhando o quarto em busca de um lugar para se esconder. Se levantou e correu até a cortina. Era longa o bastante para esconder seus pés e grossa demais para esconder seu corpo.
 A cabeça levantou e olhou em volta, atordoada.
 - Mãe? É você?
 Mas logo tombou e voltou a dormir.
 Justin só saiu detrás da cortina depois de algum tempo, por segurança. Voltou a cama e se ajoelhou, dessa vez sem tocá-la.
 - Boa noite - disse Justin, beijando suavemente o rosto de Sam.
 Sorrateiramente ele abriu a janela e saiu mais uma vez para a noite. Sim, eu estou ficando completamente maluco, pensou ele enquanto voltava para casa.

sábado, 7 de maio de 2011

Imagine Belieber - Capítulo 28

 Mesmo assim, pensei nele o dia inteiro...


 Nem mesmo quando coloquei os fones de ouvido no volume mais alto possível, já machucando meus ouvidos, consegui parar de pensar nele. Não conseguia mesmo. Tentei me concentrar em outras coisas. Tentei me concentrar até na quantidade de pingos de chuva que caía na minha janela. Mas tudo me levava a pensar nele.
 Mas eu sabia que estava sendo idiota ao tentar reprimi-lo em minha mente. Eu sabia que não conseguiria tirá-lo da cabeça assim tão fácil, mesmo porque a cena que havia acontecido era muito masrcante. Mas eu estava determinada a não deixar aquele garoto tomar conta de mim. Não ali. Não naquele momento. Não naquela vida.
 Eu tinha acabado de terminar a lição de casa quando meu pai apareceu no meu quarto.
 Pai: O que você acha da gente sair para almoçar?
 Eu: Eu num sei pai. O que você acha?
 Pai: É seu primeiro fim de semana aqui. Eu queria fazer uma coisa especial pra você.
 Eu: Então vamos.
 Eu não estava nem um pouco animada para ir almoçar com meu pai. Não estava nem mesmo animada para almoçar fora. Mas eu iria tentar fazê-lo feliz. Era muito raro eu conversar com meu pai, mesmo porque ele numca fala nada, e por ele estar sempre trabalhnado. Seria legal termos algum tempo juntos.
 Em cinco minutos, saímos de casa. 
 Eu fiquei observando a casa vizinha pelo retrovisor do carro até virarmos a esquina e ela desaparecer completamente. Não vi ninguém na entrada ou saindo.
 Fomos a um restaurante de comida italiana. Meu pai gostava muito. E eu também. Ele sentou na mesa e fez os pedidos enquanto eu ia ao banheiro. Quando eu estava no meio do caminho, senti uma mão quente segurar o meu ombro.
 Eu estava pronta para gritar, mas ele colocou a mão na minha boca.
 ***: Calma! Precisamos conversar!
 Eu: Justin!
 Justin: Eu mesmo. Vamos.
 Eu: Eu não vou a lugar nenhum com você!
 Justin: Ah, você vem sim!
 Ele agarrou o meu braço e me levou para fora do restaurante, mesmo sob os meus protestos. Quando ele me largou, estávamos no parque da cidade.
 Eu: Ficou maluco garoto?
 Justin não disse nada. Ele se sentou no banco e colocou a cabeça entre as mãos. Sua respiração estava irregular. Passei alguns segundos o observando. Depois sentei ao seu lado. Ele estava visivelmente abalado.
 Eu: Pode me contar o que aconteceu?
 Ele esperou um minuto antes de falar.
 Justin: Você estava caminhando para um banheiro e tinha um cara te seguindo. Não sei se ele estava te seguindo ou apenas caminhando até o mesmo lugar que você, mas fiquei... esquece.
 Eu: Você ficou com medo de que alguma coisa acontecesse comigo.
 Ele apenas balançou a cabeça.
 Relutei um pouco, mas acabei abraçando-o. Ele se assustou um pouco com o meu ato no começo, mas retribuiu o abraço, me aprtando muito forte contra o seu corpo.
 Quando nosso abraço acabou, eu levantei do banco.
 Eu: Pode ir me deixar com meu pai? Ele está me esperando para o almoço.
 Justin: Claro.

Finalmente eu voltei!!!

gente, eu voltei!!!! finalmente eu voltei!!! 
Minha mãe me deixou de castigo esse tempo todo. Mas agora eu vou voltar a escrever o Imagine Belieber. Tava quase morrendo de vontade de escrever, mas minha mãe nem deixava...
Mas agora eu to de volta e vou fazer muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiitos Imagine Belieber's pra vcs!!!!

Bel


terça-feira, 19 de abril de 2011

Recado Importante

Olá Pessoal, aqui quem fala é a Aline, a Dona do FC @DrJustinBiebs.
Estou aqui para informá-las q devido a entrega do boletim, a Isabel, infelizmente não poderá postar os capítulos da novela nessa semana, porque a sua mãe super "legal" tirou a internet dela.
Espero q entendam e compreendam, e tenham certeza de q os próximos vão ser mais emocionantes do q os outros.
Atenciosamente, Pline :)))

segunda-feira, 18 de abril de 2011

AVISO (POR FAVOR, NÃO DEIXE DE LER)

 Gente, preciso dizer a vocês duas coisas, uma mais importante que a outra. 
 Primeiro, fiz uma enquete, encontrada na barrinha ao lado, que pede que vocês escolham o nome mas apropriado para esse Imagine Belieber. É muito importante mesmo que vocês escolham, por que vai ficar melhor para dividir os próximos Imagines que eu vou fazer. (É, eu já estou pensando nos próximos). A votação vai ser durante uma semana, e eu queria muito mesmo que vocês votassem e fizessem mais um apessoa feliz no mundo (uashuahsuahsuahsuahsuahsuahsua).
 Segundo, meu boletim tá chegando. Não é da conta de vocês, eu sei. Mas é que eu TALVEZ vá ficar de castigo, porque eu num fui uma boa aluna e fiz um cocô durante as provas. Meu castigo pode ser desde a ficar com o pc só durante os fins de semana até a ficar completamente sem durante um ou dois meses. Então, não fiquem chateadas comigo se eu não postar o Imagine com a mesma frequencia. A Aline vai avisar a vocês se eu ficar de castigo ou não.
BEIJOS NO CORAÇÃO,
BEL

P.S: Votem, por favor!!!

Imagine Belieber - Capítulo 27

 Depois de muito tentar, consegui dormir.


 Nem sei como me levantei de manhã. Eu podia muito bem ter roubado o papel da Bela Adormecida na Disney. Passava um pouco das três da tarde quando eu finalmente decidi levantar. Saí da cama tonta e desequilibrada. Quado recuperei meu equilíbrio e minha cabeça parou de girar, fui até o banheiro. Tomei um susto com a minha própria aparência. Meu cabelo estava todo pra cima, meus olhos inchados e meu rosto marcado. Estava com medo de mim mesma.
 Lavei meu rosto, o que amenizou um pouco o meu estado. Agora eu precisava dar um jeito no caos que estava o meus cabelo. Peguei a escova de cabelos e fui arrumando a "coisa" enquanto caminhava pelo quarto.
 Mas foi uma coisa que estava na janela que me chamou atenção.
 Na janela da casa vizinha um garoto estava dormindo. Ele dormia sem camisa, com seu peito nu exposto. Até a altura da cintura, estava coberto por um lençol já gasto. Seu rosto estava sereno. Nenhuma expressão carrancuda. Nenhuma expressão de raiva. Apenas serenidade. Seus olhos estavam fechados e ele estava esparramado pela cama. Seus cabelos estavam completamente bagunçados. Era uma cena linda de se ver.
 Aproximei-me cautelosamente da janela. Tudo o que eu menos queria era acordá-lo do sonho que estava tendo. Ele era perfeito daquele modo. Não queria acordá-lo e muito menos assustá-lo.
 Creio que devo ter passado quase uma hora o observando dormir, quando Pattie entrou no quarto dele. Afastei-me da janela, para que ela não percebesse que eu estava observando.
 Não dava para ouvir o que eles estavam conversando, mas ela o cutucou um pouco e ele abriu os olhos. Foi a coisa mais linda da minha vida ver aqueles incríveis olhos castanhos abrirem. Acordavam para um novo dia, renovados e não cansados. Senti meu coração martelar fortemente no meu peito.
 Pattie saiu do quarto dele e eu voltei a me aproximar mais da janela. Ele se espreguiçou e se esticou na cama e levantou. No momento em que ele se levantou, viu-me observando pela janela, com a mão em cima do coração.
 Não nos intimidamos. Eu o encarei e ele devolveu o olhar. Mas dessa vez não havia nenhum olhar de raiva. Nos encarávamos de uma forma diferente, que nem eu sei explicar. Não havia nada além de nós dois. Nada mais importava a não ser olhar para ele. Nada mesmo.
 Ele se aproximou mais da janela. Olhou para o seu próprio peito e colocou a mão em cima do coração, imitando o movimento que eu estava fazendo. Ele voltou a me fitar. Seus olhos só olhavam para um lugar: os meus.
 Lentamente eu fui elevando a mão esquerda, até pousá-la no vidro da janela. Ele repetiu o movimento. Também muito devagar eu aproximei minha testa do vidro e comprimi-a contra a janela. O movimento foi repetido pela parte dele.
 Ficamos naquele transe durante alguns minutos até que escutei meu pai me chamando.
 Pai: Sam? Você já está acordada, filha?
 Desviei o rosto da janela. Meu pai estava subindo as escadas. Olhei mais uma vez para os lindos olhos que estavam na casa ao lado e fechei a cortina. Peguei a escova de cabelos e voltei a pentear minha "coisa" acima da cabeça.
 Eu: Oi pai! Já estou acordada sim!
 Pai: Bom dia filha.
 Eu: Bom dia!
 Ele ia saindo do quarto, quando reparou bem no meu rosto.
 Pai: Aconteceu alguma coisa?
 Eu: Por quê? Tem alguma coisa errada comigo?
 Pai: Não. É que você está com um olhar mais alegre e com um sorriso lindo no rosto, além de suas bochechas estarem vermelhas.
 Então eu percebi que meu rosto estava quente. Com esse feliz comentário, fiquei mais vermelha ainda.
 Eu: Ah! Isso! Não foi nada! Só um sonho que eu tive.
 Pai: Ah! Então tá certo. Hoje eu vou ficar com você.
 Eu: Ótimo!
 Pai: Ok!
 Ele saiu fechando a porta do meu quarto.
 Quase corri até a janela. Eu queria ver mais daqueles lindos olhos. Mas tive uma grande decepção. Não havia nada na janela ao lado a não ser a marca de uma mão e um quarto vazio. Sinceramente tive vontade de chorar.
 Então eu percebi a bobeira que eu havia acabado de fazer.
 Por que eu estava tão felizinha assim? Eu o observei dormindo. E daí? Até agora isso não queria dizer nada. Só porque ele não me olhou com raiva não queria dizer que minha opinião sobre ele e o que ele tinha feito.
 Eu não devia pensar naquele garoto!, pensei.
 Mesmo assim, pensei nele o dia inteiro...


CONTINUA... 5 COMENTÁRIOS PARA O CAPÍTULO 28

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Imagine Belieber - Capítulo 26

 Passamos o resto da tarde brincando na piscina e limpando a casa. Era o meu primeiro fim de semana em Stratford e já estava sendo perfeito...


 Já era bem escuro quando eu lembrei que tinha uma casa. Mas eu estava toda molhada. Eu tinha saido de casa limpa, não podia voltar toda molhada e bagunçada. Cindy me emprestou uma blusa e eu vesti minha calça. Penteei meu cabelo da melhor maneira possível e já estava "pronta" para voltar para casa.
 Eu: A conversa tá muito boa, mas eu preciso voltar para casa. 
 Chaz: Fica mais um pouquinho.
 Eu: Não posso! Meu pai já deve ter chegado em casa e eu preciso dar alguma satisfação a ele, não acha?
 Cindy: É sim! Não liga pra esse bocó! Sua família vem em primeiro lugar.
 Eu: Obrigada pelo apoio. Bem, tchau.
 Ryan: Não se eu puder evitar!
 Ryan se levantou do chão da piscina. Imediatamente entedi que era pra mim correr o mais rápido possível Enfiei o celular no bolso e corri.
 Mas eu não consegui chegar muito longe. Quando eu estava correndo, esbarrei em alguém e, esse alguém, era Justin, de novo. Ainda bem que dessa vez ele segurou nos meus braços para que eu não caísse e firmou bem os pés no chão.
 Justin: Olha por onde anda garota!
 Eu: Olha você!
 Ryan chegou e viu a cena. Suspirou alto. Mais uma briga.
 Eu: Tchau Ryan. De repente esse lugar ficou muito mal frequentado. Vou embora.
 Esbarrei no onbro dele de propósito e voltei para casa bufando. Será que eu não tinha um segundo de paz?
 Como eu imaginava, meu pai já estava em casa. Quase teve um infarto quando olhou bem para a minha aparência. Eu realmente devia estar horrível.
 Pai: O que aconteceu com você, filha?
 Eu: Só um dia de piscina sem biquine e sol sem banho.
 Pai: Você vai tomar banho agora ou depois do jantar?
 Minha barriga roncou. Eu estava imunda, mas morria de fome. Não tinha comido nada de sólido além de balas. Decidi pelo mais sensato.
 Eu: Acho melhor eu comer primeiro.
 Tivemos um jantar agradavel, embora eu ainda estivesse chateada com o que aconteceu na saída da casa de Cindy. Justin era insuportavel comigo. Acho que ele tinha dupla personalidade, pois, na noite anterior, estava super carinhoso comigo, até me emprestou o casaco, para que eu não ficasse com frio. Mas hoje tinha sido super rude, embora tivesse me empedido de cair. Eu realmente não entendia a psicologia masculina.
 Depois do jantar, tomei o banho mais demorado da minha vida. Lavei muito bem os meus cabelos. Eles estavam duros de tanto cloro. Depois de um bom banho, vesti uma roupa quentinha e fui para o computador. Para a minha sorte, Pedro estava On.
 (Computador)
 Eu: Oi, meu amor!
 Pedro: Oi, princesa!
 Eu: Ai, meu Deus, eu nem acredito que to falando com você! 
 Pedro: Nem eu! Você nunca entra, amor.
 Eu: Pedro, aqui é muito mais difícil! Tenho um teste sobre a história do Canadá e eu num sei de nada.
 Pedro: E não tem ninguém aí que possa te ajudar não?
 Eu: Eu tenho um amigo que me deu umas aulas...
 Pedro: Amigo? Posso saber que amigo é esse, Srta. Samantha Williams?
 Eu (rindo): Hum... tá com ciúmes é?
 Pedro: Quem? Eu? Imagina?
 Eu: Sei... Mas esquece dos meus problemas! Me conta como tá aí no Brasil!
 E nós conversamos quase a noite toda. Carla também estava no computador e nós conversamos bastante. Ela queria saber sobre todos os detalhes dos garotos canadenses. Na verdade, Carla sempre queria saber sobre garotos, não importava se eram seus vizinhos ou moravam na China. Os garotos em primeiro lugar. Ela era uma figura.
 Quando já era muito tarde, tanto no Canadá, quanto no Brasil, fui obrigada a desligar o computador. Troquei a roupa pelo pijama e deitei na cama. Estava pronta para dormir.
 Uma pena que eu não consegui.
 Irônicamente eu não conseguia tirar o comportamento de Justin da minha cabeça. De todas as maneiras eu tentei me concentrar em outro pensamento, mas tudo o que eu conseguia era pensar na atitude da noite passada, na janela e nocheiro da pele dele. Ah! A pele dele. Era tão cheirosa. Era macia. Era lisa. Eu podia lembrar de quando ele estava aquecendo minha mão.
 Quando me peguei nessa lembraça, eu estava de olhos fechados, tolando pela cama e com um sorriso bobo na cara. Deus, quando eu vou esquecer desse garoto?, pensei. 
 Depois de muito tentar, consegui dormir.


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