segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Together Forever - Capítulo 36

 Passava um pouco das seis e meia da manhã quando acordei de mais um cochilo. Aquela havia sido a pior noite da minha vida. Eu não conseguia dormir direito. Sempre que eu conseguia, alguma coisa me acordava. Sem falar que o sofá era muito desconfortável. Enfim, uma péssima noite.
 Depois de ter visto meu pai, saí para caminhar pelo hospital. Eu não podia ficar ali sozinha. Eu só tinha 14 anos. Não podia lidar com tudo aquilo sozinha. Precisava de ajuda.
 Quando passei em frente à lanchonete do hospital, minha barriga roncou. Deus, fazia quanto tempo que eu não comia nada? Pedi um suco com um sanduíche. Simplesmente foi a melhor comida do mundo.
 Depois caminhei pelo hospital, pensando em quem poderia me ajudar. E o resultado não foi animador. Eu estava em outro país e não conhecia ninguém além dos meus amigos. Eu só conhecia gente no Brasil.
 Então uma ideia iluminou minha cabeça. Levantei do sofá procurando meu celular. Só havia uma pessoa que poderia me ajudar e eu tinha certeza que ela não negaria.
 Disquei o número. Ela demorou um pouco para atender.
 - Alô? - disse minha mãe sonolenta.
 - Mãe? - chamei. - Mãe!
 - Samantha? - ela acordou um pouco mais.
 - Sou eu mãe! - falei.
 - Filha, sabe que horas são? - ela não estava zangada. Estava apenas com sono.
 - Mãe, não ligaria para você se não fosse realmente importante.
 - Pelo seu tom é mesmo importante. Fale.
 E eu contei tudo a ela. Contei do infarto do meu pai e como eu o encontrei caído no chão. Contei sobre o seu estado e sobre as sequelas que poderia haver. Também contei que eu estava sozinha.
 - Ah, filha! E como você está? - perguntou ela, preocupada.
 - Eu não sei, mãe - falei esfregando a testa. - Sinceramente, eu não sei.
 - E não tem ninguém aí pra te ajudar? - perguntou.
 - Eu não conheço ninguém aqui. Estou sozinha agora - falei.
 - Bem, - disse ela pensativa - e se eu fosse para aí?
 - Claro! - disse eu, entusiasmada. - Era tudo que eu estava precisando.
 - Então eu chego aí o mais rápido que puder - disse minha mãe.
 - Ah, mãe! Obrigada mesmo! - falei. - Te amo muito!
 - Também te amo muito. - Minha mãe estava com a voz embargada de emoção. - Te vejo em breve. Tchau!
 - Tchau.
 Desliguei o celular e sentei. Já era meio caminho andado. Já podia ficar mais tranquila, se é que se pode ficar tranquila quando seu pai está num leito de hospital depois de sofrer um infarto e quase ter morrido.
 Decidi ir tomar um café na lanchonete do hospital.
 Então um pensamento inundou minha mente. Era Justin. Minha cabeça acordou como se tivesse levado um choque elétrico. Pra quê café quando se tem um menino lindo como Justin pra te acordar?, pensei.
 Menino lindo? Eu devia estar enlouquecendo. Como posso achá-lo lindo se eu o odeio? Além do mais ele nunca iria me achar linda, já que ele me odeia também. Onde eu estava com a cabeça?
 Pedi meu café e sentei em uma das mesas.
 Bem, ele era mesmo lindo, mas não que eu fosse admitir isso para alguém.
 Fiquei na lanchonete sorrindo como uma boba e encarando meu café.

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