sábado, 3 de dezembro de 2011

Together Forever - Capítulo 33

 Eu quando eu abri a porta vi a pior cena da minha vida. Meu chão desabou. Minha cabeça girou. Tudo o que eu queria era correr e chorar.
 Havia café espalhado por todo o chão e pedaços do que já foi uma xícara. Alguns objetos que estavam em cima da cômoda estavam espalhados pelo chão junto com o café. Mas o pior não era o caos. O pior era ver o meu pai deitado no chão com os olhos fechados e a mão no ombro esquerdo.
 - Pai! - gritei.
 Ajoelhei-me ao seu lado e peguei seu pulso. Não havia pulsação. Corri até o telefone e liguei para o 911. Uma voz angelical atendeu à ligação.
 - 911, em que posso ajudar? - perguntou a voz.
 - Me-meu pai caiu no chão - gaguejei. A essa altura o inglês fugia da minha cabeça. - Acho que sofreu um ataque cardíaco. Não sei o que fazer!
 - O serviço de emergência já está a caminho! - disse a voz, que eu percebi ser de uma mulher. - Mas enquanto não chega, preciso que você faça algumas coisas pra mim, tudo bem?
 - Certo - falei. Eu estava à beira de uma crise de choro.
 A moça me falava as instruções e eu as seguia. Em dois minutos a ambulância chegou. Um paramédico tomou o meu lugar fazendo massagem cardíaca no meu pai enquanto um outro preparava um aparelho estranho. É um desfribilador, disse uma vozinha na minha cabeça. Acho que era parte do meu cérebro que ainda estava lúcida.
 - Você é a filha dele? - perguntou um terceiro paramédico.
 Apenas assenti.
 - Vamos levá-lo ao hospital. Há mais algum adulto responsável por aqui?
 - Não - sussurrei.
 - Então você terá que nos acompanhar. Vamos.
 Meu pai estava sendo colocado na maca. O paramédico me guiou até a ambulância estacionada na frente da casa. A maca com o meu pai entrou dentro do carro, com um paramédico ainda fazendo massagem cardíaca nele. Eu entrei depois e as portas se fecharam. O carro começou a andar.
 Uma máscara de oxigênio foi colocada no meu pai. O desfribilador foi encostado no seu peito. Eu queria chorar, mas não conseguia.
 A ambulância parou na emergência. Eu desci e depois a maca. Entramos no hospital e corremos. Mas quando chegamos em um ponto, eu não pude passar. Um médico segurou meus ombros. A maca desapareceu atrás de duas portas brancas.
 - A senhorita não pode passar daqui - disse o médico num tom gentil.
 - Por quê? - Minha voz mal passava de um sussurro.
 - Essa ala é apenas para pacientes e médicos - ele continuava gentil. - Eu sou o dr. Dare. Garanto que seu pai vai ficar bem. Por que não toma um café enquanto espera?
 Pedir para uma pessoa no meu estado tomar um café e esperar era o mesmo que explicar as cores para um cego, nunca daria certo. Mas mesmo assim eu saí dali.
 Comecei a caminhar pelo hospital. O lugar estava agitado, principalmente na emergência. Eu precisava de um lugar calmo para pensar. Pensar no que eu ia fazer da minha vida.
 Eu encontrei um corredor. Estava silencioso lá. Havia uma porta no fim do corredor e um vidro na parede lateral. Era o berçário.
 Atrás do vidro havia vários bebês e uma enfermeira. Alguns bebês dormiam.
 Encostei minhas costas no vidro e escorreguei pela parede até chegar ao chão. Abracei minhas pernas e encostei a cabeça nos joelhos. Se seu pai morre você pode voltar ao Brasil, disse a vozinha irritante na minha cabeça.
 Então eu chorei. Todo o choro acumulado vazou. Fechei os olhos e simplesmente chorei.

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