Imagine Belieber - Capítulo 21

 E uma luz no fim do túnel surgiu! Mesmo que Chaz não fosse tão bom nos estudos, com toda a certeza do mundo eu podia afirmar que ele era melhor que eu. Eu podia, pelo menos, tirar uma nota maior que zero. Uma pequena luz no fim do túnel!

 Chaz voltou comigo da escola. Ele falava muito, mas eu estava nervosa demais para prestar atenção em alguma coisa que ele dizia. Meu pai era muito rígido com aquela história de notas baixas, desde que eu eram uma criancinha. Tinha medo que ele me colocasse de castigo. Aí seria o cúmulo do azar. Estar presa em casa enquanto se está presa em outro país.

 Quando cheguei em casa, joguei a mochila no pé da escada.

 Eu: Pode esperar aqui enquanto eu tomo banho?

 Chaz: Claro.

 Eu: Então eu já volto.

 Bem, vocês devem estar pensando: Que menina idiota! Tomar banho quando tem um menino desconhecido na sua sala de estar! Mas eu precisava tomar banho, e não há nada que uma boa tranca na porta do quarto não resolva.

 Entrei no meu quarto e dei as duas voltas na tranca do quarto. Tirei a roupa e entrei no chuveiro.

 Enquanto tomava banho, fiquei pensando no que Cindy havia me dito outro dia. "Você é a mais bonita e desejada dessa escola", disse ela. Então veio outro pensamento. Quantos garotos não dariam tudo pra me ver tomando banho? Nossa! Onde eu tava com a cabeça?! Sinceramente, acho que tenho certa tendência a pensar em besteiras quando estou nervosa.

 Depois do banho, vesti uma roupa e fui até onde Chaz me esperava.

 Chaz: Pronta?

 Eu: Pronta.

 Chaz: Então vamos lá.

 Tivemos uma longa tarde de estudos. Tudo o que ele tentava colocar na minha cabeça, eu absorvia. Mas isso não queria dizer que eu entendia alguma coisa. Acho que Chaz nunca trabalhou tanto em sua vida. Quando pediu descanso, estava morrendo.

 Chaz: Não seria bom pararmos um pouco?

 Eu: Claro. Aceita um suco?

 Chaz: Pode ser.

 Fui até a cozinha e peguei o suco. Quando voltei, Chaz estava sentado no sofá. Entreguei-lhe o suco e sentei ao lado dele. Ele se arrastou pelo sofá até não restar nenhum espaço entre nós e colocou o braço no encosto atrás de mim.

 Chaz: Você sabe que eu acho você muito linda?

 Eu (rindo sem graça): Agora eu sei...

 Chaz: Hum...

 Mais uma vez  ele tentou me agarrar. Quase subiu em cima de mim, para falar a verdade. Ele travou a lateral do meu corpo com o seu joelho e meus pulsos com suas mãos. Aproximou o rosto rápidamente, fazendo biquinho.

 Foi quando a campainha tocou. Como Chaz não tinha muito equilíbrio, empurrei-o e ele caiu no chão. Eu passei por ele caído no chão.

 Eu: Vo atender a porta.

 Caminhei até a porta quase tendo um ataque de risadas. Mas eu precisava me segurar, pois havia uma pessoa na porta.

 Quando a abri, quase pulei do meu lugar ao ver quem era. 

 Justin estava parado no beiral da minha porta, e ele estava LINDO. Quer dizer, não que eu prestasse muita atenção nisso, principalmente sendo Justin, mas ele parecia um Apolo entalhado na minha porta, olhando para o nada, com pensamento perdido.

 Quando me recuperei do choque, fiquei dura na minha posição. Ele também seguiu o exemplo.

 Justin: Estou atrapalhando alguma coisa?

 Na verdade, você me tirou de um sufoco, querido.

 Eu: Não.

 Justin: Soube que Chaz estaria aqui. 

 Soube também que ele acabou de tentar me agarrar?

 Eu: Ele está sim.

 Justin: Posso falar com ele ou estarei atrapalhando?

 Eu: Pode. Entra aí.

 Ele entrou e eu fechei a porta. Quando ele passou por mim, senti uma coisa diferente nele. Ele tinha um ar de possessividade misturado com raiva e uma pitadinha de sarcasmo. Ele estava com ciúmes. Mas de quem? De Chaz?

 Justin viu Chaz no chão e ficou assustado.

 Justin: Tem certeza de que eu não estou atrapalhando nada?

 Eu: Tenho.

 Justin: Oi, Chaz.

 Chaz: Oi, Justin.

 O ar deles era de quem queria conversar.

 Eu: Vou pegar um lanche pra gente. Volto já.

 Caminhei pela cozinha.

 Enquanto eu preparava alguma coisa pra gente comer, fiquei escutando a conversa deles. Sei que é feio e coisa e tal, mas eu queria saber por que Justin havia chagado com ciúmes na minha casa.

 Chaz: E aí? O que você tá fazendo aqui?

 Justin: O que VOCÊ está fazendo aqui?

 Chaz: Eu tava ajudando a Sam em história. Ela veio do Brasil e não sabe de nada da história do Canadá.

 Justin: E como você pretende ajudá-la? Pelo que eu saiba, você é horrível em história.
 Chaz: Eu não quero só ajudá-la. É claro que eu quero fazer ela entender alguma coisa, mas eu também sou filho de Deus! Se eu puder, sou uns pegas nela e faço mais alguma coisa, se der...
 Justin (furioso): Chaz, seu filho da mãe! Eu vou te matar!
 Chaz: Calma! Se você quer ficar com ela, nós podemos conversar!
 Justin (envergonhado): Eu? Ficar com ela? De onde você tirou essa idéia?
 Chaz: Você vem na casa da Sam cheio de marra querendo satisfações de mim por estar aqui com ela. O que você quer que eu pense?
 Justin: Chaz, você já tá inventando coisa demais!
 Chaz: Num to inventando nada!
 Justin: E você já pensou no namorado dela?
 Chaz: Ele está em outro país! Nem vai saber que a gente se pegou um poquinho.
 Justin (furioso mais uma vez): Chaz...
 Decidi entrar na sala antes que eles começassem a brigar.
 Eu: Voltei, gente.
 Justin: Então, Sam. O que você acha de eu ficar aqui e dar uma ajudinha a vocês?
 Confesso que fiquei sem palavras. Eu não gostava nem um pouco dele, mas não queria ser mal-educada. Ele havia me feito muita raiva, mas ele bem que podia me ajudar um pouco em história. Era um dilema. Eu não tinha comentário pra isso.
 Eu: Hã... Bem... Se você quiser ficar, pode ser.
 Justin: Prometo não atrapalhar em nada...
 Chaz (chateado): Mas você não vai precisar ficar. Já havíamos acabado mesmo, não é?
 Eu (perdida): Hã...
 Chaz: Então, tá. Vamos embora, Justin?
 Justin (confuso): É... vamos embora.
 Levei-os até a porta. Antes de ir, Chaz fez questão de ter uma despedida bem calorosa comigo. Ele me abraçou bem forte e deu um beijo um pouco demorado na bochecha.
 Chaz: Até mais tarde, Sam.
 Eu: Mas o que acontece mais tarde?
 Chaz: Festa, na casa da Cindy. Ela não te avisou?
 Eu: Não.
 Cindy: Ela deve ter esquecido. Te pego aqui às nove e meia, fechado?
 Eu: OK.
 Só deu tempo de eu ver os olhos de Justin se estreitarem antes de fechar a porta.
 Subi para o meu quarto e fui procurar uma roupa para vestir. Enquanto isso, fiquei pensando na reação de Justin na minha sala de estar hoje. Aquele garoto tinha um problema comigo, e eu ia descobrir. E como ia.




CONTINUA...